3 min Fernanda Rizzo 12.08.2021

O paciente só vai até onde o terapeuta foi

Rafa Cappai Fernanda Rizzo
@fernanda.amrizzo
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Faço minhas as palavras de Henry Nouwe: “Como terapeutas, precisamos encarar nossas dores e limitações, e isso nos fará olhar para o outro com empatia, compaixão, misericórdia e amor incondicional. Não somos blindados do sofrimento, mas podemos usar das nossas próprias dores existenciais para agir com reverência diante da dor do nosso próximo. Somos Curadores Feridos”. Maravilhoso, né?

Parte da nossa capacidade enquanto terapeutas reside na nossa própria dor. O mergulho do terapeuta para dentro de si mesmo tem que ser honesto e profundo, e esse tipo de coisa só vem pela vivência com consciência.

É preciso que nos permitamos olhar para as nossas próprias sombras, navegando por mares turbulentos e desconhecidos, sentindo o abrir e o fechar das nossas feridas, lidando com nossas limitações, medos e angústias. É assim que a gente consegue auxiliar o paciente em seu mergulho em si mesmo.

Porque o paciente só vai até onde o terapeuta já foi.

E é por isso que o nosso trabalho de autoconhecimento deve ser contínuo e constante. Sem vaidade. Sem preguiça. Sem estagnação.

Quando ajudamos o paciente com suas dores, estamos nos ajudando com as nossas, também. E, partindo da premissa de que todos somos um, quando ajudo o outro a se curar, estou contribuindo com a minha própria cura. São Francisco de Assis não me deixa mentir: “É dando que se recebe”.

Empatia não surge do nada. Há que se viver. Há que se sentir. E há que se querer viver e sentir.

Rafa Cappai Fernanda Rizzo
@fernanda.amrizzo
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