Ficamos aguardando o Ano Novo como se ele fosse uma espécie de botão de “reset”, como se a partir da meia-noite do dia 01, uma mágica acontecesse e nós nos tornássemos pessoas novas, com novos hábitos de pensamento, sentimento e comportamento simplesmente porque o relógio mostrou 0:00.
Ano Novo – Novo Eu; será?
Agimos como se, num piscar de olhos, o fato do ano ter mudado, mudasse muita coisa dentro da gente e nós nos tornássemos tudo aquilo que colocamos nas repetidas metas de Ano Novo, o eu idealizado, cumprindo um “check list” do que achamos que é bacana, politicamente correto ou esperado pelas pessoas ao nosso redor ou até pelos nossos seguidores das redes sociais.
Uma lista de desejos e metas, que muitas vezes seguem um modelo inflexível e generalizado que desconsidera a nossa essência e o que temos de mais especial, a nossa individualidade, nos formatando dentro de padrões e regras aprendidas e consentidas por nós mesmos como “modelo de pessoa ideal”, mas que pouco têm a ver com o que realmente é importante pra gente, metas geralmente desalinhadas com o que intimamente acreditamos ou queremos de nós mesmos para o tal NOVO ano.
Metas, muitas vezes construídas de fora pra dentro, ditando o que é importante ou não, como devemos ser, o que é melhor escolher, buscar, realizar, o jeito “certo” de se alimentar, exercitar, pensar, querer, sentir ou seja, o jeito ideal de viver, o que pode nos colocar em uma sensação constante de não sermos o suficiente. Não se engane. Você é o bastante e quando se der conta disso, uma parte sua se transforma e você começa a experimentar a sensação de ser livre para ser você mesma(o).
Não existe NOVO ANO se nada dentro da gente mudar e nada vai mudar dentro de nós se não nos conectarmos com o nosso coração e dermos um real significado para essa mudança. Sentir com clareza o que quero mudar.
Existe algo chamado autorresponsabilidade, não há botão de “reset”. Você precisa entender quem é, o que faz sentido pra você, quais são as forças que te movem e as que te limitam para poder caminhar dia a dia na direção de ser uma pessoa melhor, primeiro para si mesmo (é imprescindível que você se sinta confortável na própria pele) e, então, para o mundo.
O Ano Novo começa no momento que você decide que começou e essa decisão não é tomada de fora pra dentro, a vida acontece num movimento de você para o mundo. É realmente de dentro pra fora.
Ciclos de morte e renascimento são necessários para renovarmos a esperança, a energia, e principalmente o olhar, mas esquecemos que isso acontece todos os dias, não somente no dia 01.01 ou às segundas-feiras. Acontece de verdade quando você decide internamente que é a hora e faz algo diferente a partir dessa decisão.
Tudo é NOVO de novo a todo momento, mas não será assim se você permanecer no que é conhecido, confortável e repetido.
A vida é movimento e o tempo todo nos pede para que façamos dela algo significativo. O que você tem dado para a sua vida? O que você está disposta(o) a dar para 2022?
Costumamos esperar algo bom do Ano Novo, então te convido a uma mudança de olhar. O que será que o ANO NOVO espera de bom de você?
Que façamos de 2022 um ano extraordinário (seja lá o que isso signifique pra você, porque tem quer ser extraordinário ao seu olhar, para o seu sentir) acolhendo e honrando tudo o que construímos e nos tornamos até aqui e seguindo um fluxo de desenvolvimento e transformação. Ascendendo na nossa espiral pessoal de consciência e evolução.
Dê a luz a si mesma(o) e manifeste no mundo quem realmente você é. Sem querer deletar ou excluir o que foi, e sim, construindo à partir de onde está, do que se é hoje.
É importante lembrar que tudo que sou hoje faz parte de quem eu fui ontem e as minhas escolhas do hoje moldarão quem eu serei amanhã.
Que possamos fluir, florescer e abraçar as mudanças internas e externas para cada dia ganhar mais autonomia com coerência e autorresponsabilidade na direção de SER um NOVO EU para construir um NOVO ANO.
Feliz NOVO eu!